segunda-feira, 8 de outubro de 2007

Mais uma da Folha....

6/10/2007 - 10h11

"Tropa de Elite" já foi visto por 19% dos paulistanos

TEREZA NOVAES
da Folha de S.Paulo

Antes de sua estréia no cinema, ontem, o filme "Tropa de Elite" já havia sido visto por 19% dos paulistanos, segundo pesquisa do Datafolha realizada na última quinta-feira.

É possível dizer que 1,5 milhão assistiram ao longa antes de ele entrar cartaz, projetando o percentual entre os maiores de 16 anos que residem em São Paulo. Para a pesquisa, foram entrevistadas 601 pessoas; a margem de erro é de quatro pontos percentuais.

Divulgação
Wagner Moura em cena do aguardado filme de José Padilha; veja galeria de imagens do longa
Wagner Moura em cena do aguardado filme de José Padilha; veja galeria de imagens do longa

O filme do diretor José Padilha, que retrata o cotidiano de policiais do Bope, grupo de operações especiais da polícia carioca, foi pirateado e cópias começaram a ser comercializadas por camelôs no Rio, em agosto passado. Em pouco tempo, o DVD ilegal se espalhou pelo comércio ambulante do país.

"Se fosse no Rio, esse número [19%] seria muito maior. Acho que 5 milhões viram o filme, em São Paulo e no Rio, só por cópia pirata, espontaneamente, sem nenhum investimento de marketing", arrisca Padilha.

"Há algo diferente com esse filme. A pirataria é ruim, mas esse fenômeno demonstra uma demanda da população pelo filme e mostra que o cinema é relevante para a cultura nacional", completa. Segundo o diretor, cópias piratas já estão à venda até em Moçambique.

Ainda de acordo com a pesquisa Datafolha, 77% dos paulistanos já ouviram falar de "Tropa de Elite". Um debate sobre o caráter do filme, acusado de fazer apologia à polícia e de ser fascista, surgiu na mídia.

"Nunca antes na história deste país um filme teve uma repercussão como essa na mídia", brinca o diretor. "Só "Cidade de Deus" gerou um debate tão acalorado. Fico feliz porque temos que discutir segurança pública no Brasil", diz ele.

Nos cinemas

"Tropa de Elite" é exibido nos cinemas de São Paulo e do Rio desde ontem, com 140 cópias. Foi a segunda antecipação na data de estréia. Na próxima sexta, dia 12, o longa entra em cartaz no resto do país.

O diretor espera a estréia nacional para avaliar o desempenho de bilheteria do filme. "Tenho medo dessa abertura, que foi mudada na [última] terça. Não teve mídia nem TV."

Para Padilha, se, neste fim de semana, mil pessoas assistirem a cada cópia do filme, o que significa 140 mil espectadores, o resultado será "muito bom".

Entre os entrevistados pelo Datafolha que já assistiram ao filme, 33% afirmam que pretendem revê-lo "com certeza" na tela grande. Dentre os que já viram, 43% afirmam que não pretendem ir ao cinema.

"Se cada uma dessas pessoas for acompanhada, que é o que acontece geralmente no cinema, recuperamos duas vezes esses 33%. Outras pessoas já disseram isso, é um filme que pode ser visto uma, duas, três vezes", argumenta Padilha.

A taxa de aprovação do filme é alta. Entre aqueles que assistiram ao longa, 80% o classificaram como ótimo ou bom; 13%, como regular; e 7%, como ruim ou péssimo. "Esses 80% viram o filme não-finalizado, com som ruim e não na sua versão final", afirma ele.

Debate

"Tropa de Elite" teve pré-estréia anteontem, no Espaço Unibanco, em SP. Depois da exibição, houve debate com o diretor e com Alba Zaluar (antropóloga e colunista da Folha), Luiz Eduardo Soares (co-autor de "Elite da Tropa", livro no qual o filme é baseado) e Sérgio Rizzo, crítico da Folha.

"O filme não tem o poder de uma teoria ou de uma etnografia, apesar de ter um pé na realidade", disse Padilha.

Um comentário:

Flá Romani... disse...

Lê passei por aqui

não gostei muito de Tropa de Elite acredita !!!!

bjs